8 de set. de 2010

A Dança das Cadeiras


Tentei ver a política como o futebol. "Time que está ganhando não se mexe!". Mas me quebrei. O problema é que no campo de jogo os resultados são bem objetivos: vitória, empate e derrota. No final da temporada, o que teve os melhores números é o campeão. Já no campo político, existe uma série de resultados - econômicos, socias, etc - e mesmo somando tudo isso nunca se sabe qual é o melhor placar final. Até porque cada cidadão torce para o seu interesse e não para o time, o coletivo. E o pior, muda o poder, mas não muda a política. É um troca-troca. Todo mundo vira a casaca nesta Dança das Cadeiras. E a gente na torcida.
O sistema político no Brasil é tão complicado que mudaram o regulamento da competição para melhor, mas pioraram a torcida. Quando havia ditadura, as pessoas tinham muito mais atitude do que o voto. Em seguida, teve a época de um grande clássico nas urnas: Arena x MDB. Direita contra esquerda. A discussão nos bares, nas esquinas, era mais fácil. Futebol e política, Diretas Já! Hoje, os partidos são uma sopa de letrinhas de um caldo cheio de temperos. Uma confusão, que no meio dos ingredientes tem sempre o PMDB, o centro desta cozinha democrática.
Nada como a liberdade de imprensa, de expressão, da democracia. Ufa! Mas agora, a cada quatro anos, o cidadão aperta um botão verde e confirma: "já fiz a minha parte". Isso é o mesmo que comprar uma camisa do Flamengo, passar na frente do Maracanã e não saber que o time está em campo. Aí, nesta véspera de mais uma eleição presidencial, tenho recebido e-mails de muita gente desesperada porque a Dilma vai ganhar. Uma vasta documentação pró Serra, anti Lula, ou vice-versa. Todo mundo de olho no jogo, mas sem exergar o mesmo.
Aqui em Porto Alegre tem um candidato a deputado que numa placa diz: Construiu o Camelódromo". Não foi ele quem construiu, foram os operários! É mais um exemplo do "Eu fiz, eu vou fazer". Quem faz a verdadeira política somos nós cidadãos. Independente de quem ganhar, assim como tem gente empilhando tijolo para construir algo melhor com trabalho, temos que trabalhar honestamente, lutar pelos nossos direitos nem que seja na justiça cega e cobrar pessoalmente de quem está no poder.
Não adianta entulhar as caixas de e-mail com textos do Arnaldo Jabor, denúncias duvidosas, provocações invisíveis. Nada de cara pintada, é cara limpa e olhos bem abertos para enxergar os sucessíveis escândalos de governo da Era Collor, Sarney, FHC ou Lula. Ou seja, no quesito "corrupção" todos já tiveram seus troféus. E já que o eleitor adora teclar e clicar, aproveita e pesquisa tudo no Google. Tem muita lama no tapete presidencial.
Neste gigante jogo do poder, todos nós podemos participar com corpo a corpo, principalmente no trabalho, no bairro, na cidade, no Estado e só depois na Nação. Até porque na política quem deveria jogar é a massa, é o povo. E quem torce para que a gente não entre em campo é o time do poder. Por quê não ir à câmara de vereadores ou a secretaria de transporte municipal quando não há ônibus na sua rua? Ou é melhor ficar torcendo para que um parlamentar jogue por você?
Eu fico na torcida de que com Dilma ou sem Dilma, com Serra ou com quem quer que seja eleito hoje, amanhã e sempre, o Brasil siga avançando em busca de melhores resultados. Mas enquanto houver este enorme atraso de infra-estrutura, na educação, na saúde, de nada vai adiantar o crescimento econômico. E, se ainda existir miséria e gente passando fome com tanto desperdício do dinheiro público e o volume dos impostos cobrados, me sentirei derrotado. Em vez de só apertar o botão na seção eleitoral e comemorar o título de eleitor é preciso vestir a camisa do cidadão e entrar em campo. Se vamos ganhar não sei. Afinal, a Dança das Cadeiras não é futebol, mas também é um jogo.

10 de nov. de 2009

O veraneio que o vento levou 1


Nunca poderei me esquecer dos longos anos que tive o privilégio de veranear. Tem dias que estou no meio do trânsito, o sol fritando o asfalto, e logo vem aquela vertigem que me retrata o passado na minha imaginação. É um momento de extrema intensidade emocional, de suspiro, de um tempo que jamais vai voltar. Mas não importa: ficou para sempre no meu sangue. Ainda correm em minhas veias e artérias, pra lá e pra cá, o cheiro da maresia, o sabor do chicabon, o gosto do pastel de camarão, a adrenalina do futebolzinho de final de tarde e o arrepio do primeiro beijo de verdade.
A primeira grande descoberta que tive pelas ruas de Capão da Canoa foram meus pés. Livres dos chinelos (não chamava de sandálias) havaianas, àquela época ainda bicolores, brancas com as tiras e uma camada fina do solado de outra cor. Eu gostava de virar o chinelo do avesso e inverter as tiras, assim ele ficava de uma só cor. Não é por acaso que hoje existem sandálias de uma só cor ou bem coloridas. Mas andar descalço era uma maravilha. Minha sola do pé chegava a ficar preta. Era no asfalto, na areia, na calçada, por tudo. Outra coisa bacana que hoje é difícil de uma criança numa cidade grande fazer, era buscar o pão, o leite os os frios na padaria. Pegava alguns cruzeiros com minha mãe e enfiava na sunga. Ficava metade da grana pra fora e não tinha perigo algum. Escolhia o pão fresquinho, um pouco de queijo, presunto e um saquinho de leite. Eu tinha uns 11 anos e achava aquilo o máximo. Me sentia dono do meu próprio nariz.
Certa vez, depois de uns 30 dias de praia eu parecia um bugre com o cabelo queimado do sol, a sola dos pés reforçada e a pele cor de pinhão. Fui no antigo boliche que ficava bem na praça central de Capão. Vi uma gurizada juntando as bolas e arrumando os pinos. Era meio da tarde. De repente, um cara se aproximou e disse:
- Quer ganhar um dinheirinho, guri?
- Eu quero! - disse.
- Então, pega no lugar daquele guri ali ó que depois te dou teu dinheiro.
Eu levei aquilo na brincadeira, não me dei conta de que estava tomando o lugar de alguns meninos de rua que precisavam do dinheiro até para ajudar os pais em casa. Mas como estava de pés descalço, só de calção, já surrado de tanto brincar na praia, também nenhum deles se deu conta de que eu era um veranista que estava passando as férias com a família ali para me divertir.
O guri da pista do lado me explicou como funcionava e até me ajudou a ficar ligado no jogo. Passaram-se horas e eu nem liguei. Estava feliz com aquela agitação. Cai pino, junta pino, coloca bola no trilho, joga, strike e junta e vai! Era umas oito da noite, quando o mesmo cara me chamou:
- Deu guri, chega! Senão vai ficar cansado. Onde tu mora, cadê teus pais?
Comecei a me dar conta de que não era a minha praia, mas fiquei com vergonha de entregar o jogo.
- Fiquei de me encontrar com eles lá no Baronda! Tchau!
- Peraí, tu não tá com fome? E dinheiro?
- Não precisa, obrigado. Eu não quero.
- Vem cá!
E me levou até um trailer de cheeseburger junto com o outro guri.
- Que tu qué?
- Nada!
- Vê aí um xis completo pros dois guris!
Assim que ficou pronto, o outro guri comeu o lanche com fome de cachorro.
Bah, o meu veio cheio de mostarda e catchup e eu não gostava de nada daquilo. Comi tudo bem quieto. Agradeci e ele me deu dois cruzeiros.
- Volta amanhã?
- Vou ver, muito obrigado. Tchau, tio.
- Valeu guri!
Ainda ouvi ele comentando:
- Essa gurizada tá perdida, arranjo uma grana e um jeito de encher o bucho do guri e ele não sabe se volta amanhã. Tem brahma aí, tchê!
Assim que passei a pracinha e virei a esquina chamei o guri. Ele era mais velho. Não lembro o nome dele.
- Vem cá, pega os dois pila pra ti.
- Que foi?
- Eu não tô precisando. Obrigado pela ajuda.
E saí correndo porque já estava escurecendo. Imaginei que as havaianas que deixei em casa iam servir para outra coisa. Dito e feito. Cheguei em casa estava minha mãe furiosa e logo já me deu aquela palmada bem na coxa: - Pá!
- Onde tu tava guri!
Já com lágrimas nos olhos tentei explicar, mas levei outra: - Pá!
Fui tomar banho bem quieto e na hora da janta esclareci tudo.
- Não tô com fome, já jantei.
E contei toda a história.
Mais calma, minha mãe começou a sorrir com cada detalhe da tarde no boliche meu pai também quando soube ria muito.
- Fez bem em dar o dinheiro pro guri. Mas nunca mais faz isto! Foi o sermão final da mãe.
Ainda hoje, tantos verões depois , quando olho uma havaiana, um jogo de boliche, um saunduíche com catchup e mostarda ou o prédio do antigo hotel riograndense onde hoje está um shopping, me lembro daquele final de tarde de veraneio em Capão.




6 de nov. de 2009

Santa e abençoada Santa Catarina


Só quem viveu ou vive em Santa Catarina sabe que este estado feminino é especial. Eu nunca vi uma Capital como Florianópolis. Também não sou caixeiro viajante a ponto de conhecer todos os cantos do mundo. As Capitais que conheci, de cabeça, vai lá: Porto Alegre, Floripa, Curitiba, Rio, Sampa, Fortaleza, Salvador e Porto Velho. Passei por Cuiabá e Campo Grande. Fora do Brasil: Buenos Aires, Montevidéu, La Paz, Paris. Outras cidades no exterior: Sidney, Stuttgart, Nova York, Miami, Cancun, Los Angeles, Santa Cruz de la Sierra, Passo de Los Libres, Punta Del Este, Maldonado. Nada que se compare a Floripa.

Como pode uma cidade ter praia, campo, peixe, gado, shopping e galo cantando às 5h da manhã. É Floripa. Morei na praia do Morro das Pedras, onde vi a luz da lua iluminar a noite e ainda fazer uma sombra cinza dos eucaliptos por onde habitavam corujas e cigarras. Conheci no fundo de minha casa, um terreno arenoso, de praia mesmo, onde é possível jogar sementes de abóbora que logo germinam. Primeiro, flores amarelas, depois enormes frutos cor de abóbora, brilhosos, suculentos para comer com camarões.

Só em Floripa vi, na frente de minha casa, um caminhão estacionar nos cômoros de areia e os pescadores com bermudas surradas jeans, de pele covada e grossa pelo sol, puxar enormes redes de pesca. Logo se formou uma montanha de peixes. Tainhas jogadas de pá para a caçamba. Toneladas de pescado fresco. Fui presenteado com uma daquelas tainhas ainda brilhantes na escama e nos olhos. No dia seguinte, só com sal, no carvão, era um banquete inesquecível, um manjar.

Certa vez, fui ao centro da cidade tomar café com o então candidato a governador pelo PMDB, Paulo Afonso Feijó. Natural do Piauí, mas catarinense do coração. Venceu a eleição e fiz um bom perfil daquele personagem que depois viria a ser alijado pela CPI das Letras que também acompanhei já como repórter da RBS TV. Operações financeiras com Letras do Tesouro eram a base da discussão. A lembrança que tenho, no entanto, é da espera na porta do prédio para entrevistá-lo ainda em época de campanha. Numa travessa da Avenida Rio Branco - acho que era na rua Crispin Mira. Uma área urbana. Mas eram 6h e eu ouvi um galo cantar no morro da Caixa. Eu disse. É Floripa.

Outro dia, cinco trabalhadores limpavam os cabos de energia que ligavam o continente à Ilha de Santa Catarina na ponte Colombo Sales quando o óleo combustível que revestia os mesmos incendiou com a chama de um maçarico que servia de iluminação. Os operários largaram tudo e se atiraram no mar, são e salvos. Mas o incêndio rompeu as anacondas de energia e logo se deu a tragédia. Foram mais de 30 horas sem luz na cidade. Lembro que a Mariana, minha filha tinha 5 anos, olhou na segunda noite pra mim e disse: - Pai, a luz um dia vai voltar?

Eu havia corrido numa fábrica de gelo, comprei pilhas e no meio do caminho vi o caos ao anoitecer. Carros batiam, sem semáforo. Logo faltou água sem energia para bombear e os celulares também não resistiram sem energia nas antenas. Parecia um filme. A geladeira derretia e a vizinha não tinha leite para a criança pequena. Eu precavido havia comprado várias caixas de longa vida e o gelo conservou carne, frios e os alimentos que cozinhamos no fogão à moda antiga.

Finalmente, às 20h, a luz começava a chegar bairro a bairro e a gente acompanhava tudo pelo rádio. Luz nos Ingleses, luz em Jurerê, luz no sul da ilha, luz no centro. Ufa! Ouvimos uma vibração de Copa do Mundo.

Outra vez fui atrás da história de seu Chico, um senhor dono de uma propriedade que havia sido assassinado. O local onde ele morava era precário, rústico, tinha um engenho de farinha, onde ele fabricava cachaça. Até hoje a história é um mistério. O local é um paraíso com vista para a Lagoa do Peri, mar do Sul da Ilha e Ilha do Campeche ao fundo. A canalização da cachaça era em gigantes valetas de bambu. Provei uma dose da última garrafa da famosa cachaça. Era um uísque 12 anos, algo raro que se foi pelo tempo. Se família tivesse espírito empreendedor, reergueria a fábrica, retomaria o negócio como o nome de Seu Chico e teria um produto nobre tipo exportação.

Na mesma praia onde tenho casa até hoje, no Morro das Pedras, existe dois senhores folclóricos. Um é pescador. Não sei o nome, mas sei que ele esta lá todos os dias apenas com um fiozinho de náilon e anzol atrás de peixe. O outro é conhecido como o homem dos bois. Sai com dois bois zebus pela praia para passear. Eles pegam sol, pastam pelos canteiros e voltam para casa. Vivem no quintal como se fossem cães. Ali perto comprava peixe fresco nos fundos de uma casa onde uma família comercializava tudo direto do mar, para o freezer e para a nossa geladeira. Ostras, peixes, filés, postas, iscas. Uma maravilha.

A colonização italiana no sul do Estado e Alemã ao norte e no vale do Itajaí proporcionou que o Estado se diversificasse geograficamente e culturalmente. Cidades como Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Brusque, Itajaí, as praias, a serra e o oeste catarinense escrevem uma história de cores, nomes e riquezas fantásticas. A natureza ainda é esbelta apesar das devastações, da exploração. Vejam só esta foto de um galo em Urussanga. Incrível, mas não há um traço de urbanidade num horizonte quase infinito. Nem uma máquina, nenhum fio de luz, até a vassoura é rústica. Parece uma foto do século passado, mas é atual. Veja mais fotos aqui.

21 de ago. de 2009

Video Polêmico sobre a Gripe A

É preciso tomar muito cuidado com o quê circula pela Internet. Mas não custa nada dar uma olhada no vídeo sobre a gripe suína que anda provocando muita discussão entre os internautas.

17 de ago. de 2009

Ainda há tempo para sonhar?

Olhe o vídeo e leia:



Olhando este vídeo, enxerguei que metade dele tem 21 segundos e meio, que são tudo que vivi mais ou menos até os 40 anos. Percebi que é possível colocar de um lado tudo de ruim que aconteceu e do outro tudo de bom que vivi até agora. Também senti que metade das coisas que consegui caíram do céu e outras que quis conquistei, ao mesmo tempo que jamais queria ter passado por muita coisa que não planejei e deixei para trás muitas coisas que pensei que era possível fazer e não foi possível. Não tão ao meio assim, porque muitas coisas desagradáveis aconteceram bem mais que as agradáveis em certos momentos e, em outros, só havia mel e açucar, só coisas doces na maioria. Entre sabores e dissabores, uma amarga constatação. O tempo realmente é cruel. Mas ao mesmo tempo, outra lembrança: nós também vivemos para sonhar. Num dia, o sonho é aquele filme que assistimos de olhos fechados quando dormimos. Em outro dia, nos beliscamos para acreditar, ter certeza de que aquilo realmente está acontecendo. O mesmo vale para o pesadelo seja dormindo ou de olhos bem abertos. Quando o sonho acaba, acaba o vídeo, acaba o filme, acaba a história. Portanto, nunca é cedo nem tarde para sonhar. Seja no primeiro minuto ou no último fio de cabelo branco: o sonho é tudo que sonhamos sonhar pra viver.

14 de ago. de 2009

Este filme é muito bom

O filme Totalmente Famosos é demais. Boa música, emoção e uma história real de dois adolescentes que viajam com uma bande de rock de ônibus. A melhor cena é quando estão todos estressados uns com os outros e no meio da viagem e cantam juntos Tiny Dancer até sorrir. A cena e o clipe do filme estão aí. Bom proveito!

3 de ago. de 2009

Cara Pintadas 2, a missão. Fora Sarney, Collor e cia

Hoje eu estou envergonhado. Não há qualquer palavra que possa expressar tamanha indignação como brasileiro e cidadão. Então, quem sabe, uma maré de revolta como um tsunami de protesto dê uma resposta ao que Sarney, Collor e Renan Calheiros estão propondo: sejamos trouxas, frouxos, calados e comedidos. Não! Como pode um País ainda aceitar que estes três patéticos senhores ainda tenham voz, cadeira no senado e a cara-de-pau de se julgar inocentes? Os caras pintadas, o povo na rua, na internet, em qualquer lugar não pode calar diante de enorme humilhação. Não importa o Chaves, o Bush, o Obama, o Osama, o Putin e a p. que o pariu. O que importa é o Brasil que ainda elege estas figuras que já foram marajás, viajam com vale passagem do congresso, empregam familiares, comem filé e quinta-feira abrem o final de semana de festa em suas casas enquanto a população trabalha e sustenta esta pajelança dia após dia.
Não tem Gripe A, hepatite B, nem Vitamina C. Nem doença, nem remédio. A cura para estas pragas nacionais é a eliminação. Fora do congresso! Fora Sarney! Rua Calheiros! Deletem o Collor! Nem o Lula nem o PSDB conseguem ter uma posição firme neste sentido. É porque nossa política virou um tricot onde todos estão entrelaçados na mesma blusa. O tecido podre da falsa democracia. De que adianta Orkuts, Facebooks, mails, celulares, blogs, fotologs e twitters se estes caras seguem no topo pisando na nossa história, na nossa dignidade e na nossa família. É preciso um basta a tudo isto. Chega!
Eu penso que o dia 13 de agosto deveria ser marcado por um gesto de dignidade do povo brasileiro. Fazer desta data um marco para que nunca mais os brasileiros aceitem tamanha ousadia politiqueira. A coisa é tão absurda que qualquer cidadão sofre as consequencias dos males que estes picaretas estão alimentando. É um câncer político, um crematório de idéias, um vírus sem soro nem vacina.
A classe pobre e miserável - a maioria - segue iludida pelos benefícios como doces saborosos que são distribuídos pelos programas de governo. Ganham brindes e se calam. Seguem consumindo as mesmas coisas, votando nos mesmos perfis e inundando de confiança esta máfia que vira e mexe é reeleita. A classe média - os intelectuais - estuda a vida inteira e não consegue se estabelecer neste economia maluca. Devem para os bancos, para a família, vivem no cheque especial e cada dia é uma guerra. Aí passa o carroceiro banguela sorrindo. É depressão na hora. Compraram casa, carro, a filha está no colégio, mas devem para Deus e todo mundo. O jeito é trabalhar a vida inteira para pagar o conforto, o aluguel ou a prestação da casa própria. E tem ainda o plano de saúde porque o SUS é pus, um abcesso em processo inflamatório mortal. Ou o salário é muito aquém do que merece ou o pró-labore não existe porque o caixa da pequena empresa está quebrado.
Os ricos são sempre acusados de que estão vivendo bem, tem capital, patrimônio e reclamam da vida. Mas quantos milionários quebraram? Quantos precisam pagar altos impostos ou não têm mais lucro suficiente para sustentar o alto padrão de vida? Ah, mas são ricos, deveriam passar fome para saber o quê é bom? Não. O rico tem uma referência de alto nível e quando cai, não sabe viver às migalhas, economizando, tomando água e comendo pão com manteiga. Ser rico honestamente não é pecado, muito menos não saber viver sem luxo. É hábito, é padrão cultural. Mas aí aparecem estes malandros que vivem na nobreza, estão no topo apenas pelo meio político, pela malandragem, pelo jogo de Brasília. E até mesmo grandes empresários e agricultores caem diante da injustiça social.
Existem exceções, há avanços em todas as áreas. Exemplos de pessoas que conseguem estar alheias à injustiça e são capazes de caminhar na direção do crescimento. Mas este desequilíbrio com Sarneys, Collors e Renans não pode continuar. Isto aí é como óleo na pista, buraco na estrada, praga na safra. O jogo do poder é podre e exclui aqueles que não estão no esquema. Isso é mais transparente que água. Qualquer um enxerga. Seja pobre ou seja rico, qualquer indivíduo tem espelho em casa. Até o retrovisor do carro na rua é reflexo para o mendigo. Então, dê uma olhada no espelho, pense no esforço que você faz diariamente para ser honesto, vencedor e exemplar. Agora, ligue a TV, ouça no rádio, copie da Internet, recorte do jornal qualquer fala, qualquer palavra de um destes senadores. Se você concorda com tudo isso, durma feliz. Do contrário, entenda porque eu estou tão envergonhado.

Moacyr Franco merece aplausos

Não apenas porque estou com 40 anos que ando ouvindo coisas do passado e valorizando artistas das antigas. Mas gosto do novo e do velho. No ano em que Roberto Carlos, o rei, completa 50 anos de carreira, minha homenagem vai para outro grande romântico que tem um vozeirão e me faz lembrar a infância: Moacyr Franco. E como é bom lembrar da infância. Queria ver um show com esta velharada toda num só palco no padrão global, mas acho difícil. Olha aí o Moacyr no Jô.

8 de jul. de 2009

Lula fala o quê querem ouvir


Nunca tivemos um presidente tão popular. Lula é um fenômeno. Ele fala tanto que muitas vezes tropeça na língua portuguesa ou às vezes na própria língua que poderia ter ficado mais presa do que já é. Mas ele tem língua solta. Longe de ser afiada, é uma língua que mais parece uma faca de nó cego. Não corta ninguém, só amacia. Lula consegue defender o Sarney e sair ileso junto à população. Não importam as críticas do que ele faz, ao que o PT fez, ao que o governo deixou de fazer ou aos escândalos que se amontoam a cada governo. Lula lambe o povo e a o povo baba por Lula.
Às vezes fico imaginando se esta baba toda não contaminou a todos nós e realmente o Lula é o quê pensamos que ele é, ou parece não ser o quê imaginamos que seja. Aquela fala rouca com a língua presa igual a do Vicentinho e do Romário, aquele paletó meio apertado na barriga de torcedor do Corinthians de arquibancada, aquela barba de metalúrgico, tem algo de especial de simpático. Aquilo tudo contagia. Não lembro de uma criança que diga: "Eu não vou com a cara dele, odeio o Lula." É aquele ar de sapo barbudo que o Brizola falava. Não tem como odiar aquele personagem.
Claro, uma criança filha de um anti-Lula vai logo de cara dizer que odeia ele, assim como diria que odeia o Flamengo se o pai vascaíno tivesse feito uma boa lavagem cerebral. O mesmo vale para quem paga imposto e só se ferra, trabalha mais que antigamente e trocou o Vectra pelo Gol bola. Para classe A, classe média, é dolorido perder. Ainda mais quando muita gente está ganhando e como. Quem não mandou o Lula longe até quando paga IPTU que é imposto da prefeitura, ou ficou furioso com o condomínio e descarregou tudo "neste governo desgraçado". "Tudo é culpa do Lula" "Governo de m." e até mesmo uns F.D.P de vez em quando. Como diz o vídeo que tá no You Tube. Às vezes é bom mandar T N C. Tudo isso, no entanto, é impulso. Não é de cabeça fria. É igual a época do Itamar, do Collor, do Sarney, do FHC. O governo sempre é uma bosta. Nada presta. Chega-se ao extremo de querer a ditadura de volta. Claro, cada um defende o quê lhe é mais conveniente.
O que mais deve doer no coração dos opositores de Lula é esta popularidade gratuita. Ele é um líder carismático, ao natural. Tem suas virtudes com propostas populares, equilíbrio na economia brasileira e avanços durante seu período de gestão. Para Fernando Henrique deve ser difícil aceitar que o País quase nem se lembre quem ele foi diante de Lula. Estudou, rodou o mundo, leu bibliotecas. Mas foi o metalúrgico que ganhou o elogio do presidente americano. Obama disse: Esse é o cara! O mesmo Lula que cuspia nos microfones por greves, por redução das regalias da elite e vomitava contra o FMI, foi lá e emprestou dinheiro para o banco mundial.
No fundo, o povo encara o Lula como um Garrincha que dribla os João e faz o gol. Não tem técnica, nem estratégia de campanha. É no talento brasileiro, no jeitinho nosso, na base do vamu que dá. O povo adora isso. O pobre que superou os 'rico'. Ou seja, o Lula é a cara do Brasil. Não somos nehuma Lady Di, tampouco temos aquela cara amassada dos Bush, Regan, Carter com piadinhas bem piores que as do Lula. O Lula é o pobre que deu certo e superou a todos. É o representante da maioria da população que adora ele como pessoa, não como político, como presidente executivo, mas como presidente artístico.
Lula foi o primeiro presidente a sentar na bancada do Jornal Nacional. "Boa noite Fátima, Boa noite Bonner". Ele era ali a maioria do País ao lado dos maiores apresentadores da TV brasileira. O presidente do Brasil é intocável. Virou ícone do Brasil sonhador, cheio de fé e esperança. Ele tem a mesma capacidade de cativar as pessaoas que tinha o Papa João Paulo II.
O PT, o governo, os ministros, estes sim têm tropeços gigantescos. É só perguntar para as pessoas nas ruas. Tá bem o Brasil? Não, tá uma porcaria, eu não tenho isso, não consigo aquilo e pago imposto, etc. Mas a culpa é do Lula? Não! Dirá a maioria. Um ou outro mais esclarecido ou por interesse dirá que ele é o culpado. Mas Lula está acima de qualquer problema de governo, de erros, de crises. Ele é o bobo da corte, mas que de bobo não tem nada. Fala o quê as pessoas precisam ouvir neste gigante divâ de carências do Oiapoque ao Chuí.
A vitória de um governo, de um líder, não é o placar do jogo. Não são os resultados do governo que fazem de Lula um campeão, mas aprovoção dele junto da maioria. E olhem como a baba é quase inevitável. Hoje, quem tem condições de empatar com Lula na próxima eleição? Nem FHC, Aécio Neves, nem José Serra. Vai ser difícil assumir o próximo governo com esta sombra, esta onda pró-Lula. Não são os analistas que vão fazer o diagnóstico do bom ou do mau governo. São as urnas.
Se Dilma Russef for a candidata de Lula, pode perder feio porque ela nem ninguém é o Lula. Ela tem a cara do governo, Lula é o povo. Mas a próxima eleição já está ganha para o Lula e o PT. Se eleger o próximo presidente, o Partido dos Trabalhadores estará consagrado, não apenas Lula. Em caso de derrota, será uma barbada notar que a população logo sentirá falta de Lula. Aí quando o povo não aguentar mais de saudade dele, voltará para um novo ciclo de governo mais consagrado ainda. Ele será a solução de todos os problemas. O Brasil só precisa descobrir se consegue assumir que não tem cara limpa. Ela é barbuda, suada, bebe cachaça e torce pro Timão. Não sou eu, nem você, pode ser o vizinho. Mas é a maioria. E como diria Collor: Duela a quem Duela. Ou Zagallo: Vocês vão ter que me engolir.

19 de mai. de 2009

Atucanando o Lula


Tá boa essa do Frank.

13 de mai. de 2009

Gripe do Pânico

Alguém já teve algum sintoma da Síndrome do Pânico? É um dos males do mundo moderno que até já está saindo de moda, mas ainda segue entre os diagnósticos de um velho conhecido capaz de gerar outros males: o stress. É como o refluxo. Tudo agora é culpa do refuxo gastro esofágico. Eu pensava que refluxo era aquele vômito do bebê que amamenta. Mas não, o refluxo na fase adulta é responsável por rinites, sinosites, dores de cabeça, azia, má digestão e até dores no peito, que - para quem tem pânico - já é um infarto.

Voltando ao pânico, antes que alguém faça um diagnóstico de que tenho a Síndrome do Déficit de Atenção, coisa de gente hiperativa, que cosutuma ir a lua e voltar ao assunto em segundos. Bueno. Me refiro a gripe suína e, de tudo que li, é mais uma gripe como as virores que andam por aí. Uma pessoa saudável, forte, que tome os medicamentos corretamente, é logo liberada pelos médicos e não corre risco de vida. Até corre, mas como corremos com uma gripe qualquer. os que morrem não são tratados, deixam a doença avançar em larga escala. Por favor, médicos e especialistas, me alertem se estiver errado.

Não seria um alarde para um laboratório faturar com uma super vacina que chegará em questão de meses ao mercado global? Isso é gripe do pânico! Vai se espalhar pelo planeta sim, mas não vai matar em quantidade. Morre-se mais no trânsito, no consumo de drogas, do coração, de câncer do que de gripe. Se espirrar, não entre em pânico. Saúde! Ah e o bancon tá liberado, só cuida do colesterol.

vale a pena ver a charge do meu amigo Frank:

http://xinelao.blogspot.com/

1 de mai. de 2009

Uma febre global sem vacina afeta o mundo

Eu pensava que a febre amarela era um problema amazonico, da mata, de Rondonia para la. A dengue tambem imaginava ser uma doenca dos locais climas quentes, imundos e miseraveis. E a gripe suina, que e semelhante a gripe do porco, mas poderia ser chamada de gripe cucaracha, por ser no Mexico que lembra aquele refrao da barata. Me enganei. A febre amarela ja matou bugios em Viamao, a Dengue ja invadiu Porto Alegre no ano passado e o virus mexicano pode entrar a qualquer momento pelo aeroporto Salgado Filho. E a globalizacao da doenca.
Da mesma forma que os shoppings centers e os fast foods invadem nosso Pais, a miseria africana se alastra por varios cantos do mundo. Onde ha pisos de marmore limpidos e brilhantes, ha sujeira e podridao. Por isso, nao ha mais exclusividades no planeta. Niguem mais esta livre dos males e dos prazeres do mundo. Vivemos a era da totalizacao, onde tudo que consumimos e fruto do trabalho de alguem de qualquer parte do mundo. Ha uma tendencia cosmopolita em cada esquina. No meio da cidadezinha mais pacata do Brasil, existe uma grife de jeans americano, um brinquedo chines, um tempero da India, uma musica inglesa, um vinho uruguaio, um aroma frances.
Sao cheiros, sabores, cores, manias, costumes que se misturam como num caldo cultural. Ha uma sopa global, um ambiente universal. Se no Mexico, a mania e usar mascaras cirurgicas, em breve teremos por aqui as mesmas de varias cores e desenhos pelas ruas. A pandemia da gripe suina e uma realidade entre nos e e uma questao de tempo para que o panico tome conta de hospitais e postos de saude. Onde houver boas condicoes sanitarias e hospitalares nao havera porque temer a morte. Mas as farmacias vao se entupir de produtos para prevenir a gripe, alguem vai tirar proveito da doenca para faturar com ela. Poderemos ter ruas desertas, pessoas acuadas e autoridades perdidas em meio a tanta informacao. Cabera aos medicos tranquilizar as pessoas. Estes sim tem autoridade suficiente para evitar o alarde e as medidas absurdas que o medo pode provocar.
Uma coisa e certa: as doencas e os males sao globais. O onde houver um foco de virus, de pobreza, de sujeira, de agua limpa parada, de lixo acumulado, de consumo de drogas uma conexao global fara com que as doencas, os reflexos da miseria, se espalhem pelo mundo numa velocidade bem maior que no seculo passado. Somos responsaveis por qualquer erro que cometemos no nosso nariz porque ele logo vai afetar a orelha do vizinho. O desequilibrio social nao e mais apenas um problema dos paises, mas do mundo. A falta de controle da violencia, a corrupcao em massa, sao males universais. Ainda nao encontramos uma aeronave que nos mande para a lua ou para o espaco longe de todo este desequilibrio.
As proximas geracoes precisam aprender e ensinar que devemos cada vez mais aprimorar a ciencia e a tecnologia a nosso favor, mas valorizar os principios pre-historicos. Devemos vangloriar a natureza, a saude, a alimentacao e o aprendizado basico. O mesmo vale para os costumes familiares. Neles estao a base do equilibrio da sociedade global. Nao significa que ninguem possa casar e se separar, nem ter filhos com outros parceiros. Mais importante que isso e conseguir ter dedicacao aos filhos, aos netos, aos amigos, aos vizinhos e aos colegas de trabalho. Em vez do veneno para as pragas, devemos combater a maldade, a ganancia, o egoismo. Nao ha vacina para tamanha peste humana, embora ainda tenha esperanca de que o soro das ideias positivas e criativas sejam a melhor cura para um mundo cada vez mais doente.
(desculpe, texto sem acentos)

24 de abr. de 2009

A gravação do milênio

É pau, é pedra, é o fim do Caminho. Assim, Tom Jobim e Elis Regina cantaram a mais espetacular canção, a mais sensacional apresentação brasileira para os americanos admirarem em Nova York. Mas a gravação do milênio, a absurdamente linda e imprevisível melodia apresentada em um show foi de um argentino. Astor Piazzolla, com seu bandoneon, encantou a todos num programa exibido no Brasil pela TV Globo, em 1985, quando Chico Buarque e Caetano Veloso ficaram anestesiados pela suavidade e agressividade da música do gênio Piazzolla. Eu me lembro de ter assistido na tevê. Tinha 17 anos e nunca mais vou esquecer.

22 de abr. de 2009

Bate-boca no STF é um grito no silêncio

Desde o dia que descobri, ainda na infância, que um juiz é a maior autoridade num tribunal jamais tive coragem de falar, tossir ou olhar nos olhos por muito tempo para aquela figura. Fui a algumas audiências de pequenas causas como réu, testemunha, preposto ou autor do processo. Confesso que aquele juramento todo, aquele clima formal sempre me deixou com um frio na barriga. Não tenho a que temer por crime algum ou deslize, mas em qualquer sala de justiça tenho frio na barriga. A impressão é que se abrir o bico vou ser preso, se contestar alguma coisa vou ser humilhado. É só impressão mesmo, até porque com o tempo a gente vê que não há nenhum mostro naquela posição superior.
Se não há cartão vermelho nem voz de prisão naquela sala, por quê o temor? É verdade que existem todos os tipos de advogados. Tems desde o que usa terno Armani com um supercelular e um lap-top de primeira linha, àquele de pastinha de couro surrada e terno xadrez cheio de caspa e cabelo gorduroso. O mesmo vale para as mulheres. Lindas, cheias de classe, mas geralmente com cara de poucos amigos. As mais populares geralmente são loiras de tailer, batom, unhas e bolsa vermelhas, falam pelos cotovelos, exalam um perfume exagero e estão sempre processando uma empresa de telefonia ou qualquer outra que tenha lesado o consumidor. E o cliente a chama pelo nome. Quando não sabe diz: "adevogada". Prefiro as de calça jeans, mais discretas, mais intelectuais.
Este é o mundo jurídico. Acima estão os desembargadores, presidentes de tribunais, ministros, promotores, procuradores, etc. São pessoas que dominam uma linguagem específica que adoram latir o latin quando deveriam falar a linguagem da população. Isso quando não há erros de concordância, pontuação, ortografia. Mas os boni mores (bons costumes) estão lá. Têm mania de falar difícil e serem prolixos na maioria. Não conseguem ser objetivos, tampouco claros. Dão margem à incompreensão e a ambiguidade nos relatos.
E quando há um bate-boca no STF (Supremo Tribunal Federal) entre os ministros Gilmar Mendes, o presidente da corte, e Joaquim Barbosa? Quem seria capaz de silenciá-los? Eu pensava que a justiça era só cega, mas pelo jeito ela é surda ou vai ficar muda diante de tamanho entrevero vexatório?
Foi um ato Ab irato (No ímpeto da ira) dos dois ministros, um grito no silêncio dos sombrios e austeros tribunais.



20 de abr. de 2009

Brasília tem vale Disney para deputados


Parecia que o maior problema aéreo do Brasil era fruto da crise dos controladores de voo, da falta de check-up mecânico dos aviões comerciais, da insegurança dos aeroportos ou mesmo da incompetência da Agência Nacional de Aviação Civil, Anac. Mas não. Nunca mais ouvimos falar do ex-presidente da entidade Milton Zuanazzi que pediu demissão em outubro de 2007 e, aos poucos, a situação melhorou. É certo que o aperto dos cintos nas contas da classe média brasileira inibiu a compra de passagens e o trânsito nas salas de embarque é bem menor. O desafio da atualidade é lembrar quem é o Zuanazzi da hora, ou pior: entender o esquema de bilhetes premiados de deputados federais e senadores. Não há mais overbooking, o que temos visto é um overtour, uma Disnelândia em Brasília.
Não podemos jamais esquecer que os erros do passado são incalculáveis não apenas do ponto de vista financeiro, mas pelo fato de que as vítimas dos acidentes aéreos que poderiam ser evitados não terão as vidas recuperadas. O dinheiro se refaz, quando o negativo vira positivo. A morte jamais retorna à vida. (leia o texto A Tragédia do vôo JJ 3054 - à época existia o acento ôo). Pior ainda: o dinheiro desperdiçado em Brasília poderia ser investido na melhoria do transporte aéreo brasileiro. Mas não, temos uma espécie de Baú da Felicidade para os deputados.

Quando se descobre que a comissão de ética da Câmara Federal possui deputados que cederam suas cotas de passagens aéreas para parentes e amigos, chegamos a conclusão de que vivemos numa nação de palhaços. Quem deveria fiscalizar o deslize, a falta de decoro, o abuso do poder é quem mais pratica a irregularidade. Aí não é parlamento, é circo. Mais grave ainda é ter a certeza de que se a imprensa não tivesse descoberto estes privilégios, tudo estaria como está. Ou seja: nenhum integrante do poder legislativo nacional seria contra o vale Disney de Brasília.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), admitiu que fez uso do crédito para viajar com parentes para Porto Seguro (BA) e foi um erro. Agora, promete verificar os abusos e novas regras vão ser estabelecidas nos próximos dias.
O P-Sol que é um partido de esquerda, inclinado a sempre bater nestas questões do desperdício do dinheiro público e faz uma oposição voraz a tudo, não se opôs ao vale Disney. Na verdade, como seus integrantes são contra o Capitalismo, a política Americana, ao Bush ao Obama e ao Tio Sam, têm se utilizado dos créditos para ações neste sentido. A deputada federal, Luciana Genro (P-Sol-RS), ex-candidata à prefeitura de Porto Alegre, disse na TV Bandeirantes que cedeu a passagem a um colega que foi à Venezuela participar de um ato de apoio ao presidente da Venezuela Hugo Chavez e a opressão norte-americana. Neste caso, poderíamos chamar de vale Cuba, que é a Disney dos socialistas. Em vez do Mickey, Fidel Castro. Sai o Pateta entra o Chavez. Fora Tio Patinhas, bem-vindo Evo Morales.
Virou piada. Tem o Eco Vale porque o deputado Federal Fernando Gabeira, do Partido Verde-RJ, foi outro que usou os créditos para passear com a família. Houve uma redução de 20% nas cotas de passagens a deputados depois que o escândalo veio à tona. Mas a cada dia se descobre novos abusos. São passagens para o exterior e nenhum destino cívico: Nova York, Paris, Buenos Aires. Agora há uma sindicância para apurar os excessos. Mas as famílias estão permitidas a viajar no crédito.

Nenhum deputado deveria ter direito a passagem alguma. Assim como numa empresa, teria que existir um orçamento para viagens de deputados a trabalho, a serviço da Nação. Cada viagem seria solicitada à presidência da Câmara que aprovaria ou não de acordo com o interesse público e o controle fiscal da casa. Tudo deveria estar no Diário Oficial da União e na Internet para a população conferir. Passeio, viagem de volta para casa precisa sair do bolso dos deputados. Ganham muito bem para morarem em Brasília e se deslocarem para suas bases políticas. Mas isso vai ser difícil de acontecer porque ainda não inventaram para os eleitores o vale-sonho: "Atenção senhores passageiros da aeronave Brasil, última chamada para o voo 171, portão zero, embarque imediato".

19 de abr. de 2009

A natureza da Natureza

Às vezes tenho a impressão de que passamos a vida inteira sem perceber a natureza da Natureza. Jamais a traduzimos em toda sua plenitude. Embora, haja aí a explicação de que o nosso tempo para contemplá-la por inteiro nunca será suficiente e, sendo assim, estamos aqui por um motivo especial. A cada dia tentamos entender o quê ela representa, a cada geração decifrar os seus mistérios. Apesar de toda a modernidade, da revolução industrial, do mundo tecnológico, ela está lá diante de nós quase como escrevendo sua história. Fala diversas línguas de um alfabeto infinito no qual temos dificuldades de ler seus fonemas tampouco juntar as orações.Van Gogh - Jardim Florido

A primeira lição deste processo de alfabetização é descobrir nossa própria natureza e se despir de todos os conceitos. Não há regras, nem fórmulas, muito menos lógica. Somente desta forma é possível aguçar a sensibilidade para começar a sentir quais são as mensagens da Natureza. Um bom exercício é analisar os ventos. Eles são a voz dela. Os gritos representam os ciclones e furacões, o
sussurro é um ventinho quase imperceptível, o minuano é quando assovia. Fala e sopra em diversas direções com propósito desconhecido, seja carregando frio ou calor. Ela é capaz de cuspir com a brisa e se manter em silêncio. São aqueles dias em que a janela está aberta nem as cortinas se mexem.Van Gogh - Estrada
Quantos de nós já comparamos a chuva ao choro de Deus.
Faz sentido, afinal as lágrimas da Natureza estão no Mar assim como o suor, tão salgados quanto os Oceanos. É bom lembrar que o choro nem sempre é triste. O maior de todos os sorrisos é quando tomados de emoção inundamos nossos olhos e sentimos o quanto é bom chorar. Nos rios está o sangue da Natureza numa circulação cheia de ramificações, afluentes que cortam o corpo de uma senhora cada vez mais maltratada. Mas o coração está lá no Centro da Terra quente e vivo, apesar de sangrar com frequência em erupções de vulcão, enfartar em tremores de terra e acima de tudo resistir.
As flores são as crianças da Natureza. Tão coloridas, cheias de vida e
recém brotadas. Os frutos são os jovens, brilhantes e atraentes. Os adultos são as folhas, mais equilibradas, algumas secas outras nem tanto. As árvores são os velhos. Nelas repousam todas as demais gerações de suas raízes, de uma semente, de uma primeira reprodução. Dão sombra e são a própria sabedoria. Se olhássemos para os velhos como admiramos um gigante Ipê Amarelo ou um Flamboyant no seu esplendor, já teríamos lido um capítulo importante da nossa história.
No espaço, o calor do Sol representa o homem. A Lua que está sempre ao seu lado é a mulher. Ele é dia, ela é noite. Um é luz, outra é sombra. Pode parecer aqui uma interpretação machista a respeito do Sol em relação a Lua. Mas não. Ele brilha, enquanto ela
reflete, dá a luz. O Sol seduz se expondo por inteiro. Ela não. Ora é cheia, ora é crescente, minguante ou é nova, quando temos que imaginar como ela está. E em todo o Espaço são únicas porque onde há milhares de estrelas, existem poucos satélites. E os planetas são outras naturezas de uma Natureza ainda maior, onde há cometas - os hiperativos do espaço - e as estrelas cadentes - os espermatozóides da via láctea.
O papel dos animais e dos seres-humanos é enigmático diante de tantas metáforas e desta rica interpretação a respeito da Natureza. Mas é simples decifrar. Os animais são os nossos sentimentos. Os pássaros levam os nossos sonhos e sempre voltam ao ninho. Os peixes carregam nossos
objetivos, é onde mergulhamos de cabeça sem respirar. Os mamíferos representam o nosso amor, afeto, amizade e ódio. É neles que estão os mais diversos tipos de relacionamentos seja para sobreviver ou para reproduzir. Os insetos são o nosso inconsciente, venenosos, peçonhentos, agitados, impulsivos, sem pensar.
Répteis, anfíbios, carnívoros, herbívoros. Não importa. Cada animal, cada nicho, cada bactéria é um pedaço de nós. Mas e os Seres-Humanos o quê são na Natureza? Somos os únicos que somamos todas as potencialidades da Natureza e capazes de pensar, agir não apenas por instinto. Mas quando não percebemos nos livros, nas escolas, na família, qual é a natureza da Natureza é porque não somos nada. E nada é tudo que pensamos que não somos quando na verdade somos a nossa própria Natureza.
15/07/2008 - 21:13

29 de dez. de 2008

Nova guerra expõe fragilidade da humanidade

Já são 335 mortos, 700 feridos em apenas três dias. Desde o dia 19 de dezembro quando o grupo radical Hamas decretou o fim da trégua com Israel na faixa de Gaza, os bombardeios começaram. É o reinicio de um conflito perigoso, cujo o fim pode ser desastroso não apenas para a região, mas para o mundo como um todo. A rivalidade entre judeus e palestinos expõe para o planeta que não temos controle sobre um embate de natureza histórico, cultural e religioso. Não há intenção de paz, tampouco de equilíbrio nas negociações. O caminho inevitável parece ser de uma guerra infinita até porque não há como, mesmo brigando, que um dos lados seja extinto. Este é o sonho de quem quer esta guerra e é o pesadelo de quem imagina que um dia este espírito tome conta do mundo.
Os Estados Unidos pós-guerra do Iraque perderam o poder político para interferir numa situação como esta. Não há moral para uma nação rica mas perdida em sua riqueza, comandada por George W. Bush, que só agora está se reorganizando com uma nova liderança de Barak Obahma. Gostaria de ouvir as palavras de Obama sobre o conflito. Nem a igreja pode fazer nada. O Papa só é capaz de discursar pela paz. Suas palavras não surtem efeito neste conflito. A humanidade vive um momento tão infeliz que nem um líder rico, nem um líder religioso podem exigir um basta a tudo isso.
O mundo está cansado de seus líderes. A humanidade está exposta as más intenções, as péssimas atitudes. Estamos carentes de uma atitude forte contra estas iniciativas. Não há leis nem regras que controlam uma guerra como esta. Não existe um ser superior capaz de resolver este conflito. Não há uma mobilização humanitária que tenha voz numa hora dessas. A ONU ainda está discutindo a situação. Um Deus, quem sabe. Se os homens não conseguem se entender, cabe ao todo poderoso entrar em cena.
Mas se à sombra de todo este nó está também há um embate religioso, a fé vira pó e Deus não existe. Cada um reza como quer, tem a sua crença, o seu Deus. Então, seja o quê Deus quiser. A esta altura, nem ele sabe o que quer. E se pudesse, até deixaria de ser quem é. Pelo amor de Deus, alguém pode fazer alguma coisa?

12 de jul. de 2008

Solta e prende expõem fragilidade da justiça

A Polícia Federal tem feito um ótimo trabalho prendendo os bandidos do colarinho branco. As investigações, muitas vezes motivadas por ações também eficientes do Ministério Público, são elogiáveis. Há um pouco de exagero na ação cinematográfica da PF, não em expor os presos somente, mas no fato de colocar nomes charada nas operações e um certo espírito marqueteiro. Cada prisão parece mais um episódio da série 24 horas, com policiais num ar arrogante dando uma de Jack Bauer. Bom que não há tiros, nem violência. O pior de tudo, no entanto, é o balanço da justiça. É um solta e prende a cada dia, colocando em xeque-mate a Polícia Federal e o próprio Governo.Charge Frank Maia - www.xinelao.blogspot.com
Sei que a justiça possui uma balança como símbolo e é possível interpretar leis, se socorrer de jurisprudências, entre outras análises jurídicas que permitem uma espécie de bipolaridade das decisões. Um dia o fulano é ladrão, no outro é vítima. O caso do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de SP Celso Pitta e do empresário Naji Nahas é mais uma exposição da fragilidade da justiça brasileira. Os três são poderosos e ricos e por isso estão nas manchetes da mídia e têm o privilégio da análise do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, do Ministro da Justiça, Tarso Genro; de juízes, juristas, e dos principais analistas econômicos e políticos do País. Até mesmo do Timor-Leste, o presidente Lula deu seu parecer sobre o caso elogiando a PF.
O foco das prisões e dos crimes cometidos foi desviado para uma crise da justiça brasileira. O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que foi Presidente do STF, disse que o Habeas Corpus é uma garantia constitucional, justificando porque Daniel Dantas pode estar solto aguardando julgamento. Gilmar Mendes reforça que a prisão foi desnecessária e surge o boato de que a PF agora estaria investigando o gabinete do Ministro. Tarso Genro alega que tudo é fofoca para gerar conflitos entre os poderes. "O que o povo espera de um juiz é a imparcialidade e ficar livre de qualquer influência ou pressão”, disse o juiz federal Fausto de Sanctis em entrevista à Globo News. Sanctis decretou a segunda prisão de Dantas e foi acusado de arbitrário pelo preseindete do STF.
Toda esta discussão remete a Polícia Federal e o Governo Federal a um embate com a Justiça. É inegavelmente um choque do executivo com o judiciário. Por muitos anos, os poderes políticos - quais são executivos e legislativos - estiveram em descrédito com a população. Agora, chega a vez de a população analisar com profundidade o que está acontecendo com o judiciário. Nossa democracia permite questionar juízes, desembargadores, Ministros e Presidentes dos órgãos da justiça brasileira. É preciso que a justiça seja julgada, que o poder judiciário seja réu neste momento. Quem tem o poder de condenar, soltar e prender, precisa estar sujeito ao mesmo julgamento quando surge um debate como estes.
Todo cidadão tem o direito de se defender e a obrigação de justificar seus atos. Ou a Polícia Federal está errada, ou a Justiça Federal errou. Este pingue-pongue de prisões é um jogo muito sério, sem um juiz que defina quem ganhou e quem perdeu. Não cabe empate em decisões da justiça, ou a balança vai para um lado ou vai para o outro. O mais preocupante é que mais cega que nunca não é a justiça, mas a população que não tem condições de julgar quem está certo e quem está errado neste episódio. Quem de nós não se sente impotente diante da fragilidade dos poderes que acusam e prendem ricos e poderosos num dia e soltam e defendem na manhã seguinte?

Veja o comentário de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo

2 de jul. de 2008

Meu Currículo - Caco da Motta

Quem?

Carlos Henrique da Motta Martins

Caco da Motta

40 anos – natural de Porto Alegre

O quê?

Coordenador - Editor - Repórter – Apresentador – Comentarista Esportivo


Onde?

TV – Rádio – Web – Jornal – Revista



Por quê?

Experiente, líder positivo, espírito de equipe, criativo, comunicativo, ótimo texto, jornalista multimídia

Qual?

Formação

Colégio Anchieta – Porto Alegre - 1986


Jornalista Formado – Unisinos – RS – 1992


Pós-Graduado Marketing Esportivo – Estácio de

Sá/SC – 2003


Experiência Profissional















Coordenador de Esportes RBS TV Fpolis (Esporte) – 98/2006

Coordenação de eventos RBS TV-RS/Sportv – 2008

Coordenador eventos Sportv/PFC/Globo (Esporte) – 2005

Coordenador Canal Sportv+ Olimpíadas Atenas - 1994

Coordenador de Jornalismo Band AM e BandNews FM –RS – 2007

Editor-Chefe e Apresentador RBS TV Fpolis (Esporte) - 1999

Repórter Multimídia – RBS TV, TVCOM, Gaúcha,CBN,ZH,DC e Clic RBS – Guga no Circuito Mundial de Tênis – US Open, Master Series Paris, Stuttgart, Master Cup Sidney, Los Angeles - 2001

Repórter TV Globo – (Esporte) - Julho 2001

Repórter Sportv/Premiere Esportes – 2003

Repórter (Jornalismo) RBS TV Florianópolis – 1997

Repórter, Apresentador e Comentarista CBN Diário (Esporte) – 1996

Repórter e Sub-Editor Diário Catarinense (Esporte) – 1993

Repórter Zero Hora (Esporte) – 1992

Produtor Rádio Gaúcha (Esporte) – 1989

Redator Rádio Guaíba (Jornalismo) – 1990

Quanto?


Salário a combinar

Como?


Fones:(51) 3372-8881/Celular:(51) 8426-1122/9999-0192

E-mail: cacodamotta@gmail.com

Correspondência: Nilo Peçanha, 620, apto 103

Cep 90470-000 – Petrópolis - Porto Alegre